Porque precisamos de melhorar a capacidade de comunicação da nossa equipa de trabalho?
Ter competências de comunicação é importante pois, independentemente do recetor ou recetores compreender(em) o que se pretende transmitir, cria um efeito não apenas na perceção da mensagem mas também na relação entre os dois.
Quando se pergunta aos recrutadores (tanto a nível empresarial como no setor não-governamental) o que mais falta aos trabalhadores de hoje, a resposta mais comum é a capacidade de comunicação. O ‘Flash Eurobarómetro sobre a perceção dos recrutadores na empregabilidade de licenciados’ revelou que mais de 60% dos empregadores europeus consideram a capacidade de comunicação dos seus trabalhadores como muito importante para os seus negócios.O motivo pelo qual os empregados e os animadores estão a ter dificuldades em transmitir com precisão a sua mensagem deve-se principalmente ao fato de, especialmente em Países que ainda não conseguiram atualizar o seu sistema educacional às exigências da sociedade moderna, a educação formal concentrar-se em ensinar uma forma correta da linguagem mas ao mesmo tempo falha em preparar os futuros trabalhadores a usá-la em situações reais. A educação formal no geral não aborda a comunicação em termos do que é necessário para trabalhar em equipas, falar em público, usar meios sociais ou outras formas para além da fala e escrita (através de vídeos, photovoice, etc.). Estes temas requerem um conjunto especial de competências e atitude em que o sistema formal se encontra limitado para desenvolver, podendo neste caso a abordagem não-formal ser muito mais eficaz. Para que as ONGs trabalhem melhor e para que os jovens possam usar os seus talentos ao máximo, existe a necessidade duma abordagem não-formal de forma a desenvolver as equipas de trabalho em termos de comunicação.
Quando se trata de ambientes profissionais, em relações públicas, ou em gestão de stakeholders (partes interessadas), os riscos são ainda maiores. Provavelmente já aconteceu na tua organização, quando uma iniciativa muito boa que tinha potencial para trazer um impacto positivo significativo para a comunidade, mas não atingiu todo o seu potencial por falhar no envolvimento com o público-alvo. Analisando as causas, normalmente o motivo deve-se às falhas na promoção, dado o setor de RP (Relações-Públicas) não ter sido eficaz (cartazes não chamaram a atenção por má conceção, comunicados de imprensa que não foram divulgados por estarem mal redigidos, campanha nas redes sociais foi completamente inútil, etc.). Para além disso, é possível que não se tenha considerado o envolvimento com os stakeholders como importante ou descobriu-se que a equipa não tinha competências para esse processo, resultando na falta de interesse do público-alvo (limitando os resultados do projeto), criando falta de confiança na comunidade (e perdendo o seu apoio) ou até mesmo entrando em conflito com diferentes entidades. Para utilizar os recursos com máxima eficácia e também para capacitar os jovens e dar-lhes um papel mais importante na comunidade, a tua ONG precisa de desenvolver profissionalismo em termos de comunicação e envolvimento de stakeholders.
Por último, mas não menos importante, a Europa está a mudar, tornando-se mais inter-relacionada do que nunca. Mesmo assim, o processo de cooperação a nível Europeu é bastante complexo dada a multiplicidade de diferentes sistemas presentes e das diferenças culturais existentes. Escusado seja dizer que a comunicação é um dos elementos chave para que as ONGs sejam capazes de trazer uma dimensão europeia para o trabalho que desenvolvem, para tal os membros dessa ONG deverão ter as competências corretas para comunicar com parceiros que não partilham necessariamente os mesmo valores e normas sociais. No seguimento disto, as competências para o trabalho e comunicação em equipa, que são sempre muito importantes para qualquer organização, tornam-se muito mais necessárias para este novo contexto. Apenas com a educação das equipas de trabalho sobre aspetos interculturais do trabalho em equipa e comunicação profissional podemos esperar alcançar uma cooperação Europeia mais estreita e uma U.E. mais unida.